segunda-feira, 4 de julho de 2011

Brasa no Eclipse

O caos é o que mais me interessa
Por que te escondes assim?
Manifestando-se como expansão e contração sob um absoluto controle?
E essas bolas paradas?
Girando no meio do nada
Vim parar em uma delas
Daqui vejo o ar sustentando a terra
Bela terra esta onde fui cair

E vim da dureza de um mineral
Brotei de um cristal
Maravilha ser mulher virgem
Feita de sal

Sem criar um útero grita:
MOLDAR!

Em pensar em tanta coisa se transformando
Tudo junto, ao mesmo tempo
Que união profunda
Sintética
Além de qualquer conhecimento
Marte, mercúrio, plutão...
Amigos unidos
Na força de um leão
Rugindo
Tanta energia da criação
Precisando escoar
Brotar profunda em algum lugar

Se ver sozinho
Com tudo dentro
Mas inteiro
Que acompanhado
E voar livre pelos caminhos
E poder dizer palavras
Sem olhar para o lado ou para trás
Se repetir como o sol
Dia a dia sorrindo a terra

Perdoar tudo
Tudo aceitar
Usar a força para mudar
Só a si mesmo
Mas abrir estradas
Quem sabe despertar mônadas
Para amar
Ter a nobreza de nada julgar
De ser pura entrega a sua própria transcendência
Só apontar o dedo ao inimigo interno
Sem querer se ocultar

Não se esconde o sol
Não se esconde o ouro
Estão ai para circular

Que privilégio poder ser aquilo para que se foi criado...
Saber-se predestinado
A beira sempre de uma evolução maior

Ter a inteligência de ler os sinais
A suavidade de entregar o sono nas mãos de algo mais alto...
Salve os mestres ascencionados a serviço no cosmos...
Salve os alquimistas mercuriais lapidando suas pedras!
Que o todo brilhe comigo
Cada vez mais
Pode me polir a vontade que não vim só para passear...

Pode queimar
Que se queime
Três fogos
Em toda respiração
O sagrado querendo se elaborar
Dentro da veia

Transmutar o próprio veneno
Se curar com o próprio sangue

Ter a voz ativa de se ouvir clamando:
Luz...
Irradiar chama
Na sombra do pensamento
“Para sempre eu ser irmão...”

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